Poesie di Velimir Chlebnikov caposcuola del Futurismo russo-Biblioteca DEA SABINA
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Poesie di Velimir Chlebnikov caposcuola del Futurismo russo
Secondo il grande semiologo Romàn Jakobsòn, Velimir Chlebnikov fu l’autore avanguardista più importante del ‘900. Majakovskij, viceversa, lo bollò come “poeta per poeti” ed i suoi contemporanei lo ritennero un genio squilibrato.
Di certo, fu un instancabile sperimentatore, inventore di neologismi ed artefice di una nuova lingua poetica, lo zaum o zanghesi.”I versi -affermava- somigliano a viaggi, bisogna andare lì dove nessun ancora è stato.”
Nel suo saggio ‘La Radio del Futuro’ prefigurò l’odierna civiltà digitale, ipotizzando un avvenire in cui le informazioni trasmesse dalla Radio sarebbero apparse automaticamente su enormi pannelli dislocati lungo le vie cittadine.
Spiega il critico e traduttore Paolo Nori: “Šklovskij diceva che era ‘un campione’, Jakobson diceva ‘il più grande poeta del novecento’, Tynjanov diceva ‘una direzione’, Markov diceva ‘il Lenin del futurismo russo’, Ripellino diceva ‘il poeta del futuro’, e avevan ragione, secondo me, tutti, però avevano torto, anche, secondo me, e avevano torto perché, secondo me, Chlebnikov è molto di più.”
Dal sacco si sparsero
Dal sacco
si sparsero al suolo le cose.
Ed io penso
che il mondo
è soltanto un sogghigno,
che luccica fioco
sulle labbra di un impiccato.
Poco, mi serve
Poco, mi serve.
Una crosta di pane,
un ditale di latte,
e questo cielo
e queste nuvole.
Se voi amate anche voi stessi
Se voi amate anche voi stessi,
allora in voi non sarò mai preghiera, io.
Ma uno sguardo azzurro è un dono eterno,
e l’ombra torce il tempo in querce.
PER ME
Per me è molto più piacevole
guardare le stelle
che firmare una condanna a morte.
Per me è molto più piacevole
ascoltare la voce dei fiori,
che sussurrano “È lui”
chinando la testolina,
quando attraverso il giardino,
che vedere gli scuri fucili della guardia
uccidere quelli
che vogliono uccidere me.
Ecco perché io non sarò mai,
e poi mai, un Governante.
Vento-canto
Vento-canto.
Di chi e su che cosa?
Impazienza
ha la spada d’esser palla.
Gli uomini vezzeggiano il giorno della morte,
come un fiore prediletto.
Sulle corde dei grandi, credete,
suona adesso l’Oriente.
Forse un nuovo orgoglio ci darà
il mago delle splendide montagne,
e, battistrada di molta gente,
indosserò la ragione come un bianco ghiacciaio.
Preposto al servizio delle stelle,
Io giro, come una ruota,
Che s’invola all’istante sull’abisso,
Che finisce sull’orlo del precipizio,
Io imparo le parole.
QUANDO STANNO MORENDO
Quando stanno morendo, i cavalli respirano,
quando stanno morendo, le erbe intristiscono,
quando stanno morendo, i soli si spengono,
quando stanno morendo, gli uomini cantano.
LA LEGGE DELLE ALTALENE
La legge delle altalene prescrive
che si abbiano scarpe ora larghe, ora strette.
Che sia ora notte, ora giorno.
E che signori della terra siano ora il rinoceronte, ora l’uomo.
Uma breve coletânea de poemas do poeta russo Velimir Khlébnikov (1885-1922), que foi, segundo Roman Jakobson, um dos mais inventivos autores do século XX. Khlébnikov foi mentor da vanguarda cubo-futurista e criou a linguagem zaúm, ou transmental, que é formada por sons abstratos. Seu trabalho exerceu forte influência na obra de Vladimir Maiákovski e em todo o movimento vanguardista da poesia russa.
Os poemas:
calçando botas de olhos negros,
nas flores de meu coração.
Meninas que pousam as lanças
no lago de suas pupilas.
Meninas que lavam as pernas
no lago de minhas palavras.
Девушки, те, что шагают
Сапогами черных глаз
По цветам моего сердца.
Девушки, опустившие копья
На озера своих ресниц.
Девушки, моющие ноги
В озере моих слов.
1921
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
Bem pouco me basta!
A crosta de pão
a gota de leite.
E mais este céu,
com as suas nuvens!
.
Мне мало надо!
Краюшку хлеба
И каплю молока.
Да это небо,
Да эти облака!
1912-1922
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
Anos, homens e povos
fogem para sempre,
como água corrente.
No espelho dúctil da natureza
somos os peixes – rede, as estrelas,
os deuses: fantasmas e trevas.
.
Годы, люди и народы
Убегают навсегда,
Как текучая вода.
В гибком зеркале природы
Звезды — невод, рыбы — мы,
Боги — призраки у тьмы.
1915
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
A noite é sombria,
e o álamo, frio,
o mar ressoante,
e tu, bem distante!
.
И вечер темец,
И тополь земец,
И мореречи,
И ты, далече!
1921
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
A lei dos balanços determina
o uso de sapatos ora largos, ora apertados.
Que faça dia e faça noite,
que reinem sobre a terra, ora o rinoceronte, ora o homem.
.
Закон качелей велит
Иметь обувь то широкую, то узкую.
Времени то ночью, то днем,
А владыками земли быть то носорогу, то человеку.
1912
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
EU E A RÚSSIA
A Rússia libertou milhares e milhares.
Um gesto nobre! Um gesto inesquecível!
Mas eu tirei a camisa
e cada arranha-céu espelhado de meus cabelos,
cada ranhura
da cidade do corpo
expôs seus tapetes e tecidos de púrpura.
As cidadezinhas e os cidadãos do estado Mim
juntavam-se às janelas dos cabelos,
as olgas e os ígores,
não por imposição,
para saudar o Sol olhavam através da pele.
Caiu a prisão da camisa!
Nada mais fiz que tirá-la.
Estava nu junto ao mar
Dei Sol aos povos de Mim!
Assim eu libertava
milhares e milhares
as brônzeas multidões.
.
Я И РОССИЯ
Россия тысячам тысяч свободу дала.
Милое дело! Долго будут помнить про это.
А я снял рубаху,
И каждый зеркальный небоскреб моего волоса,
Каждая скважина
Города тела
Вывесила ковры и кумачовые ткани.
Гражданки и граждане
Меня — государства
Тысячеоконных кудрей толпились у окон.
Ольги и Игори,
Не по заказу
Радуясь солнцу, смотрели сквозь кожу.
Пала темница рубашки!
А я просто снял рубашку —
Дал солнце народам Меня!
Голый стоял около моря.
Так я дарил народам свободу,
Толпам загара.
1921
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
Os homens, quando amam,
dão longos olhares
e longos suspiros.
As feras, quando amam,
turvam os olhos,
dando mordidas de espuma.
Os Sóis, quando amam,
vestem a noite com tecidos de terra,
e dançam majestosos para a amada.
Os deuses, quando amam,
prendem o frêmito do cosmos,
como Puchkin – a chama de amor da criada de Volkónski.
.
Люди, когда они любят,
Делающие длинные взгляды
И испускающие длинные вздохи.
Звери, когда они любят,
Наливающие в глаза муть
И делающие удила из пены.
Солнца, когда они любят,
Закрывающие ночи тканью из земель
И шествующие с пляской к своему другу.
Боги, когда они любят,
Замыкающие в меру трепет вселенной,
Как Пушкин — жар любви горничной Волконского.
1911
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
O camponês, deixando a enxada,
contemple o voo de um corvo
e diga: em sua voz ressoa
a Guerra de Tróia,
a ira de Aquiles,
o pranto de Hécuba,
enquanto volteia
sobre nossas cabeças.
Que a mesa empoeirada
deixe desenhos
nas pardas profundezas das ondas.
Estranhos desenhos.
Um menino curioso dirá:
Essa poeira é Moscou
talvez o pasto de Pequim ou de Chicago.
A rede de um pescador
entrama as capitais da Terra
com os laços da poeira,
na malha sonora dos séculos.
E a noiva não desejando
trajar debrum de unhas fúnebres
afirme, ao limpá-las: aqui resplandecem
vivos Sóis e tantos mundos
de todo inatingíveis,
que a unha cobriu com carne fria.
Creio que Sirius resplandece sob as unhas
rompendo com seu brilho a escuridão.
.
Пусть пахарь, покидая борону,
Посмотрит вслед летающему ворону
И скажет: в голосе его
Звучит сраженье Трои,
Ахилла бранный вой
И плач царицы,
Когда он кружит, черногубый,
Над самой головой.
Пусть пыльный стол, где много пыли,
Узоры пыли расположит
Седыми недрами волны.
И мальчик любопытный скажет:
Вот эта пыль — Москва, быть может,
А это — Пекин иль Чикаго пажить.
Ячейкой сети рыболова
Столицы землю окружили.
Узлами пыли очикажить
Захочет землю звук миров.
И пусть невеста, не желая
Носить кайму из похорон ногтей,
От пыли ногти очищая,
Промолвит: здесь горят, пылая,
Живые солнца и те миры,
Которых ум не смеет трогать.
Закрыл холодным мясом ноготь.
Я верю, Сириус под ногтем
Разрезать светом изнемог темь.
1921-1922
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
Noite cheia de constelações.
De que destino e informações,
brilhas, ó livro, intensamente?
Será por jogo ou livremente?
Ler a sorte, quando me basta,
à meia noite, em céu tão vasto?
.
Ночь, полная созвездий.
Какой судьбы, каких известий
Ты широко сияешь, книга?
Свободы или ига?
Какой прочесть мне должно жребий
На полночью широком небе?
1912
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
Dostoievismo de nuvens fugaz!
Puchkínotas de um lento meio-dia!
A noite tiucheviza sempre mais,
cobrindo de infinito as cercanias.
.
О, достоевскиймо бегущей тучи!
О, пушкиноты млеющего полдня!
Ночь смотрится, как Тютчев,
Безмерное замирным полня.
1908-1909
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
NÚMEROS
Eu vos contemplo, ó números!,
E vós me vedes, vestidos de animais, em suas peles,
As mãos sobre carvalhos destroçados,
Ofereceis a união entre o serpear
Da espinha dorsal do universo e a dança da balança.
Permitis a compreensão dos séculos, como os dentes numa breve gargalhada.
Meus olhos se arregalam intensamente.
Aprender o destino do Eu, se a unidade é seu dividendo.
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ЧИСЛА
Я всматриваюсь в вас, о, числа,
И вы мне видитесь одетыми в звери, в их шкурах,
Рукой опирающимися на вырванные дубы.
Вы даруете единство между змееобразным движением
Хребта вселенной и пляской коромысла,
Вы позволяете понимать века, как быстрого хохота зубы.
Мои сейчас вещеобразно разверзлися зеницы
Узнать, что будет Я, когда делимое его — единица.
1912
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
Rá vê seus olhos no pântano ferruginoso e avermelhado,
contemplando a si mesmo e a seu sonho
no ratinho que rouba delicado o cereal pantanoso,
na jovem rã que incha bolhas brancas em sinal de desafio,
na grama verde que corta com escrita vermelha o corpo
[da moça curvada como a foice,
enquanto reúne carriços para o fogo e para a casa,
na correnteza de peixes que movem as matas e soltam
[pequenas bolhas para a superfície,
cercado por um Volga de olhos.
Rá – prolongado em milhares de plantas e animais;
Árvore de folhas vivas, fugazes, pensantes, que sibilan e gemem.
Um Volga de olhos,
mil olhos o seguem, mil raios.
E Rázin
após lavar os pés,
ergue a cabeça contemplando Rá,
até que o pescoço se adelgace num filete avermelhado.
.
Ра — видящий очи свои в ржавой и красной болотной воде,
Созерцающий свой сон и себя
В мышонке, тихо ворующем болотный злак,
В молодом лягушонке, надувшем белые пузыри в знак мужества,
В траве зеленой, порезавшей красным почерком стан у
[девушки, согнутой с серпом,
Собиравшей осоку для топлива и дома,
В струях рыб, волнующих травы, пускающих кверху пузырьки,
Окруженный Волгой глаз,
Ра — продолженный в тысяче зверей и растений,
Ра — дерево с живыми, бегающими и думающими листами,
[испускающими шорохи, стоны.
Волга глаз,
Тысячи очей смотрят на него, тысячи зир и зин.
И Разин,
Мывший ноги,
Поднял голову и долго смотрел на Ра,
Так что тугая шея покраснела узкой чертой.
1921
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
O CARVALHO DA PÉRSIA
Na trama de espessas raízes,
como um cântaro vazio,
ergue o carvalho as flores seculares
com uma gruta para anacoretas.
Ao som dos ramos
sibila a consonância
de Marx e Mazda.
“Chamau, chamau!
Uach, uach, chagan!”
Quais lobos açulados
Espalham-se os chacais.
E o ressoar da ramagem recorda
a melodia dos tempos de Báty.
.
ДУБ ПЕРСИИ
Над скатертью запутанных корней
Пустым кувшином
Подымает дуб столетние цветы
С пещерой для отшельников.
И в шорохе ветвей
Шумит созвучие
С Маздаком Маркса.
«Хамау, хамау,
Уах, уах, хаган!» —
Как волки, ободряя друг друга,
Бегут шакалы.
Но помнит шепот тех ветвей
Напев времен Батыя.
1921
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
– Senta, Gul Mulá!
Uma bebida quente banhou o meu rosto.
– Água negra? Olhou-me Ali Mohammed, pondo-se a rir:
– Eu sei quem você é.
– Quem?
– Um Gul Mulá.
– Um sacerdote das flores?
– Sim-sim-sim,
Rema e sorri.
Navegamos num golfo espelhado
junto a uma nuvem de amarras e monstros de ferro
chamados “Trotski” e “Rosa Luxemburgo”.
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— Садись, Гуль-мулла.
Черный горячий кипяток, брызнул мне в лицо?
Черной воды? Нет — посмотрел Али-Магомет, засмеялся:
— Я знаю, ты кто.
— Кто?
— Гуль-мулла.
— Священник цветов?
— Да-да-да.
Смеется, гребет.
Мы несемся в зеркальном заливе
Около тучи снастей и узорных чудовищ с телом железным,
С надписями «Троцкий» и «Роза Люксембург».
– Velimir Khlébnikov (Велимир Хлебников), em “Eu e a Rússia: poemas de Khlébnikov”. [seleção, tradução e notas Marco Lucchesi; ilustrações Rita Soliéri]. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2014.
:: Velimir Khlébnikov – poeta futurista russo (biografia, outros poemas, fortuna crítica e afins)
Leia aqui a entrevista de Marco Lucchesi
PRESTES, Zóia. Marco Lucchesi e a tradução. in: Agulha Revista de Cultura, 30 de agosto de 2017. Disponível no link. (acessado em 19.4.2018)
© Obra em domínio público
© Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske em colaboração com José Alexandre da Silva
Velimir Chlebnikov, pseudonimo di Viktor Vladimirovič Chlebnikov (in russo Велими́р Хле́бников?; Malye Derbety, 9 novembre 1885 – Santalovo, 28 giugno 1922), è stato un poeta russo, uno dei principali futuristi del suo paese.
Biografia
Nacque nel villaggio di Malye Derbety (in russo: Ма́лые Дербе́ты; in calmucco: Баһ Дөрвд, Bağ Dörvd), situato nell’Oblast’ di Astrachan’. Nel 1909 incontrò Vladimir Majakovskij, Aleksej Kručënych, David Burljuk e Benedikt Livšic,[2] con cui entrò successivamente a far parte del gruppo futurista Gileja. Già in precedenza aveva scritto però molte opere significative. Tra i contemporanei, era considerato “un poeta per poeti” (così Majakovskij nel suo necrologio) e un genio squilibrato.
Nella sua opera abbondano le sperimentazioni linguistiche, con l’invenzione di un numero enorme di neologismi. Insieme a Kručënych, diede vita alla lingua poetica “trasmentale”, detta zaum o zanghesi (Зангези).[3]
Scrisse anche saggi sulle future, possibili evoluzioni dei mezzi di comunicazione (“La Radio del Futuro”), dei trasporti e delle abitazioni (“Noi stessi e i nostri edifici”). Descrisse un mondo in cui la gente vive e viaggia in cubi di vetro mobili e in cui tutta la conoscenza umana può essere diffusa attraverso la radio e mostrata automaticamente su giganteschi pannelli simili a libri collocati per strada.
Negli ultimi anni fu affascinato dalla mitologia slava e dalla numerologia pitagorica e disegnò grandi “Tavole del Destino” in cui scrisse delle profezie.[2]
Chlebnikov morì di paralisi, dovuta a inedia e malnutrizione, mentre era ospite in casa del suo amico Petr Vasil’evič Miturič, nei pressi di Krestcy (Governatorato di Novgorod).[4][5]
Il piccolo asteroide 3112 Velimir scoperto nel 1977 dall’astronomo russo Nikolaj Stepanovič Černych porta il suo nome.[6]
Opere
In traduzione italiana
- Velimir Chlebnikov, Poesie, a cura di Angelo Maria Ripellino, Torino, Einaudi, 1989.
- Velimir Chlebnikov, 47 poesie facili e una difficile, a cura di Paolo Nori, Macerata, Quodlibet, 2009.
- “Zangezi” traduzione e note di Carla Solivetti, Carte Segrete 53, marzo 1987, Serafini Editore, nello stesso numero due “mostre libro”, Mario Coppola “Adventum”, Zao Wou-Ki “Il Pittore Di Due Mondi”.
Su Chlebnikov
Nel romanzo Pancetta (2004) di Paolo Nori si descrivono la vita e le opere del poeta; lo stesso autore racconta ampiamente di Chlébnikov nel suo romanzo Vi avverto che vivo per l’ultima volta che parla di Anna Achmàtova.